Durante o Mês da Mulher, a Optibus homenageia algumas das grandes mulheres ao redor do mundo que estão melhorando o transporte público e conquistando sucesso na complexa tarefa de manter nossas cidades em movimento de forma eficiente e sustentável.
Hoje, apresentamos a entrevista de Roberta Soares, jornalista com 30 anos de experiência, dos quais mais de 20 dedicados à área de mobilidade urbana. Roberta Soares é responsável pela Coluna Mobilidade do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), um dos veículos de comunicação mais influentes do nordeste brasileiro, com sede na cidade de Recife.
Roberta Soares também é produtora de conteúdo especializado sobre mobilidade urbana. Ao longo de sua carreira, escreveu artigos para as seções Política, Brasil, Internacional e Cidades. Abaixo Roberta Soares compartilha sua vasta experiência na cobertura do setor de mobilidade como jornalista.
Roberta, que bom tê-la conosco por aqui! Conte-nos uma curiosidade sobre sua carreira?
Antes de vir para o setor de mobilidade urbana há mais de 20 anos, cobri segurança pública por quase 10 anos. Passei duas vezes por Política, mas o Jornalismo Policial foi minha grande escola.
Pode partilhar alguns dos principais desafios ao longo do seu percurso enquanto jornalista e mulher especializada no setor da mobilidade urbana??
Foram muitos os desafios nesses mais de 20 anos que acompanho diariamente a mobilidade urbana. O setor, principalmente o transporte público, é uma área técnica, que exige conhecimento embasado. Como jornalista, costumo dizer que se não entendermos sobre o que vamos escrever, não conseguiremos ser claros. E precisamos, em nosso papel de informar, ser compreendidos. Então eu aprendi e ainda aprendo muito, diariamente. Felizmente, tive grandes professores que ainda me ensinam e me orientam, que são grandes nomes da mobilidade urbana no país - especialistas, professores, técnicos e gestores. Além deles, existem muitas fontes que me ajudam no dia a dia. É um aprendizado constante.
Como você vê a participação feminina no setor e também na sua área de trabalho? Você vê alguma mudança ao longo dos anos?
Sim, sem dúvida. Muita coisa mudou nesses 20 anos. As mulheres estão por toda parte, presentes em diversos setores e discussões. E o mesmo acontece na mobilidade urbana. Temos várias mulheres comandando e atuando no setor de transporte público, mobilidade sustentável e transporte por aplicativos, por exemplo.E, com certeza, elas chegaram para ficar.
O que podemos fazer para que mais mulheres tenham uma carreira na indústria de transporte e/ou mobilidade?
Dê-lhes oportunidades. Isso é simples. Como em qualquer área.
Quais são os principais tópicos de transporte que você mais defende e/ou aborda com mais frequência e por quê?
Sempre, sempre e sempre a mobilidade urbana coletiva e sustentável. O transporte público, a ciclomobilidade e o caminhar se destacam. Quem acompanha meu trabalho sabe disso. Vê isso nas minhas reportagens. Não estou condenando o automóvel, mas entendo que precisamos discutir o seu uso, não a sua propriedade. Os modais coletivos são necessários para o bem das cidades e da sociedade. Minha luta no jornalismo focado na mobilidade urbana é para que o transporte público deixe de ser discurso político, que a classe média passe a utilizá-lo para que ganhe voz no país, e que os modais sustentáveis tenham mais vez no planejamento público. Ver a vida da janela de um carro é limitante. Acreditem nisso!
O que te motiva?
O jornalismo é o que me motiva. Quem é jornalista vai entender o que digo. Mas, especificamente no caso do setor que acompanho, a coletividade e a urgência de fazer com que a sociedade entenda que mobilidade urbana é justiça social também me motivam. Sem mobilidade as pessoas não têm acesso à educação, à saúde e ao lazer. Também ficam expostas à insegurança.
Que conselhos/dicas daria para as jovens que gostariam de ter uma carreira neste setor?
Se joguem…. Mas alerto: experimentem a mobilidade urbana. Usem o transporte coletivo, pedalem, caminhem. Não se desloquem apenas de automóvel. É preciso vivenciar o setor e seus problemas para entender a urgência das mudanças tão necessárias ao país.
O que você gosta de fazer fora do trabalho?
Caminhar na praia, tomar muito banho de mar (moro pertinho da praia), pedalar, cuidar da minha casa e assistir muitos filmes.