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Mulheres no Transporte: conheça Niege Chaves

Escrito por Ana Letícia da Rosa | Março 13, 2023

Durante o Mês da Mulher, a Optibus está homenageando algumas das grandes mulheres ao redor do mundo que estão melhorando o transporte público e conquistando sucesso na tarefa incrivelmente complexa de manter nossas cidades em movimento de forma eficiente e sustentável.


É com muita satisfação que apresentamos a entrevista com Niege Chaves, VP do Grupo MobiBrasil, que reúne empresas de transporte público de passageiros com atuação nas cidades de Recife, São Paulo e Sorocaba, e também sócia-fundadora do Cittamobi, aplicativo de soluções tecnológicas para mobilidade. Niege Chaves coordena uma equipe de 5 mil colaboradores, com mais de mil ônibus nas ruas, transportando aproximadamente 550 mil  pessoas por dia, com faturamento médio anual de R$ 800 milhões.

Formação

Formada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Pernambuco, com pós-graduação em Gestão da Qualidade em Serviços, Niege começou a trabalhar com transporte e mobilidade urbana em 1992. Com uma personalidade inquieta e inovadora, Niege acredita que o sucesso vem da dedicação em buscar sempre fazer o melhor a cada dia e da determinação de não desistir diante dos obstáculos. Não é à toa que sua filosofia de vida é baseada em quatro Ds: Desejo, Dedicação, Disciplina e Determinação. Confira mais sobre a valiosa contribuição de Niege para a indústria do transporte. 

Niege, que bom tê-la conosco por aqui! Conte-nos uma curiosidade sobre sua carreira.

Quando muito jovem, eu dirigi o primeiro ônibus da empresa, foi um escândalo, uma quebra de um tabu. Depois começamos a ver a mulher nessa posição e em outras na nossa empresa. 

Pode compartilhar alguns dos principais desafios que encontrou ao longo do seu caminho, enquanto mulher especializada no setor da mobilidade/transportes públicos?

Quando comecei, havia muito poucas empresárias no setor. No entanto, sempre fui bem recebida e aprendi muito nesse ambiente masculino. Isso foi uma escola. 

Como você vê a participação feminina no setor e também na sua área de atuação? Você identifica alguma mudança ao longo dos anos? 

Evoluímos muito nas últimas décadas. Hoje temos mulheres dirigindo ônibus, trabalhando na manutenção, coordenando equipes masculinas, CEOs de transportadoras, etc. Acho que o olhar feminino trouxe muita melhoria para o setor.

O que podemos fazer para que mais mulheres tenham uma carreira na indústria de transporte e/ou mobilidade?

Continue incentivando e acolhendo. Tenho muito orgulho de ver várias mulheres brilhando na catraca, inclusive no setor de cargas também.

Quais são os principais temas de transporte que você mais defende e/ou aborda com mais frequência e por quê?

Acho que o ESG (sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança) vai trazer muita evolução para as empresas e a chegada do Marco Regulatório* no Brasil vai acelerar essas necessidades. A eletrificação e a tecnologia estão em alta, são questões muito importantes. Entendo que essas duas questões são inevitáveis, precisamos nos capacitar para enfrentá-las. Na verdade, estamos investindo em uma empresa de tecnologia que ajudará a transformar o setor.

*Nota editorial: O Marco Regulatório trata da reestruturação de vários aspectos do modelo de atendimento do Transporte Coletivo Brasileiro. 

O que motiva você?

O propósito que essas transformações vão promover na vida das pessoas e das cidades.

Que conselhos/dicas daria a jovens mulheres que gostariam de ter uma carreira neste setor?

Acredito na filosofia dos quatro Ds: Desejo, Dedicação, Disciplina e Determinação!! Esse setor é empolgante, nós mulheres podemos contribuir muito e nosso negócio pode melhorar a vida e a mobilidade das pessoas nas cidades.

O que você gosta de fazer fora do trabalho?

Estar com minhas filhas, minha família e investir em tecnologia para mobilidade, sou apaixonada por inovação.